Aluna de uma escola da Região Metropolitana se queixa da presença em sala de aula de um professor de química, mesmo após ela e outra colega terem denunciado importunação sexual
Um professor de química de uma escola Estadual de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, é investigado pela polícia suspeito de importunação sexual contra pelo menos duas alunas. Uma das vítimas alega que ao pedir ajuda ao professor, enquanto ela estava sentada na cadeira, ele teria aproveitado para ficar ralando as partes íntimas dele. A outra aluna denuncia que o professor de química teria tentado beijá-la.
A polícia foi acionada e registrou a denúncia. Conforme familiares das alunas, o professor que chegou a ser afastado, voltou a dar as aulas na última semana, mesmo com a investigação em andamento.
A avó de uma das alunas disse à reportagem da Itatiaia o que ocorreu com a neta e a revolta dos familiares diante dessa situação. “Ela chegou em casa dizendo que o professor ficou esbarrando, encostando nela… Ela chegou pra trás e ele continuou encostando. Ela chamou ele para poder olhar uma questão e ele foi e continuou fazendo o mesmo. Ela arredou e, de repente, ela bateu o braço nele. Foi então que ele disse ‘se você tivesse batido o seu braço e doer’. Ela ficou constrangida”.
Ela disse que, dias depois, uma colega da neta foi vítima do mesmo professor. “Ele chamou ela para ir para outra sala para realizar um trabalho, deu um beijo no canto da boca dela e a chamou para ir até a casa dele”, relatou. Segundo a responsável, o suspeito ficou 20 dias afastado. “Disseram que ele estava de licença médica e agora ele voltou”, acrescentou.
Uma das alunas de 15 anos, que também não será identificada, contou que o retorno do professor ocorreu devido suposta falta de profissionais para substituição. “Elas falaram que a gente vai ter que ar porque não tem outro professor de química. Elas abriram vagas e ninguém apareceu para substituir durante esse tempo”, contou.
O sentimento entre as meninas é de medo. “Achei isso um absurdo. Quando a gente vê ele, a gente fica nervosa, a gente tem muito medo dele fazer outra coisa com a gente. Está sendo muito constrangedor, conviver com a presença dele”, contou. Ela ainda acrescentou que uma das vítimas ainda tenta se reerguer diante do trauma a partir de acompanhamento psicólogo.
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação questionando o motivo do professor ter voltado às salas de aula, mesmo com a investigação ainda em andamento, porém a nota enviada não responde aos questionamentos.
Segundo a nota, foram realizadas oitivas na unidade de ensino pelo Serviço de Inspeção Escolar da Superintendência Metropolitana B, responsável pela coordenação da escola. Foi encaminhado um relatório sobre a apuração ao Núcleo de Correição istrativa da Secretaria Estadual para análise de possível abertura de Processo istrativo Disciplinar.
A Secretaria Estadual reforça, ainda, que repudia qualquer conduta que possa ferir princípios da dignidade humana, como o respeito mútuo e que resguarda o direito de defesa dos envolvidos.
A Polícia Civil informa que apura o caso e que em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente, a investigação está sob sigilo.