A sugestão teria ocorrido durante uma ligação telefônica para o pai da vítima, de 19 anos. O acusado do crime está foragido

O pai de Victor Bruno da Silva, de 18 anos, que é suspeito de agredir e abusar sexualmente de Maria Daniela Ferreira, de 19 anos, em Coité do Nóia, uma cidade no interior de Alagoas, fez uma sugestão ao pai da vítima para que os dois se casassem como forma de “resolver a situação”. O jovem cometeu o crime em dezembro de 2024 e nega as acusações, mesmo diante das sérias consequências físicas e psicológicas enfrentadas pela vítima, confirmadas por laudos periciais.
A Gazetaweb contatou Ikei Gabriel, advogado da família da vítima, que explicou o ocorrido. De acordo com ele, o pai de Victor acredita na inocência do filho e durante uma conversa telefônica com o pai de Daniela mencionou a ideia do casamento entre eles como uma solução “à moda antiga” para o caso.
O pai do suspeito afirmou que seu filho não seria responsável e, em uma dessas conversas, o pai da vítima me contou que o pai do autor sugeriu a ideia de juntá-los em uma casa, casarem-se e resolverem a situação, semelhante ao que ocorria no ado, quando um jovem tirava a virgindade de uma moça e o casamento era visto como a solução”, declarou Ikei Gabriel, advogado da família de Daniela.
Victor teria levado Maria Daniela da casa de uma amiga até uma chácara situada no sítio Poção, na zona rural de Coité do Nóia. O local pertence à família do réu, que é filho de um empresário da área, dono de uma concessionária em Arapiraca.
O advogado também comentou que a condição de Daniela é delicada e que, muito provavelmente, ela nunca retornará ao seu estado anterior.
“Ela tem frequentado o neurologista com frequência. Ontem, por exemplo, ou por uma consulta para que o médico pudesse liberar o início da reabilitação com fisioterapia, já que os movimentos das mãos ainda não se restabeleceram. Ela não consegue se alimentar sozinha; seu cérebro permanece inchado e apresenta diversos edemas. Ela continua tomando vários medicamentos, e a expectativa do médico para uma recuperação próxima ao normal é de dois anos”, detalhou.
Até agora, conforme informou o advogado, o suspeito nega as acusações e está foragido após o Ministério Público de Alagoas solicitar sua prisão preventiva.
A investigação do caso prossegue enquanto a família busca justiça e a jovem luta por sua recuperação.