Empresário registra momento inusitado de veículo transitando em avenida de Belo Horizonte
Carros de som em Minas não vendem só ovos e frutas – agora, em BH, oferecem até atestados médicos.
“Olha o carro do atestado batendo na sua porta. Dor no joelho, dor na coluna: R$ 50, por três dias de atestado”, divulgou o alto-falante.
Felipe Rodrigo da Costa Oliveira, de 37 anos, filmou a cena incomum na última quarta-feira (30). Ele relatou ao g1 que capturou o veículo circulando pela Avenida Magenta, no bairro Vitória, na região Nordeste da capital mineira.
“Eu tive que ir à farmácia com minha esposa, estava até com o pé machucado. Eu fui manobrar, vi que ou o carro e escutei. Eu falei com a minha esposa: — Tem um cara anunciando atestado. Quando pensa que não, ou em frente a um espetinho e anunciou de novo: — Artrite, artrose, R$ 50. Aí eu peguei o celular e comecei a gravar”, disse Felipe.
Ele seguiu o carro por alguns metros antes de encerrar a gravação. Ao ser publicado nas redes sociais, o vídeo viralizou, e algumas pessoas relataram que também ouviram o anúncio.
“Eu até brinquei no início do vídeo: — Gente, só no meu bairro mesmo… Carro do atestado, escuta aí! Quando postei, dois amigos meus me mandaram mensagem falando que não estavam doidos, porque também escutaram”, completou.
Autoridades investigam possível anúncio de venda de atestados médicos falsos
Não há confirmação se o alto-falante estava de fato anunciando a venda de atestados falsos ou se se tratava apenas de uma brincadeira.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil de Minas Gerais para verificar se há investigação em andamento, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
Crime e infração ética
De acordo com o Conselho Regional de Medicina (CRM), a emissão de atestados falsos por pessoas não autorizadas caracteriza exercício ilegal da medicina e deve ser apurada pelas autoridades.
“No caso do recebimento de denúncias dessa natureza, o CRM-MG as encaminha aos órgãos responsáveis”, afirmou o órgão.
Ainda conforme o CRM, no âmbito ético-profissional, a expedição de documento médico tendencioso ou que não corresponda à verdade está sujeita a abertura de investigação.
“Todas as denúncias recebidas são apuradas e todos os procedimentos abertos correm sob sigilo, conforme previsto no Código de Processo Ético-Profissional. As penas disciplinares aplicáveis podem ir desde advertência confidencial até a cassação do exercício profissional”, concluiu.
